domingo, 16 de maio de 2010

Effy – Part 2

Silêncio por favor! Silêncio, pois quero falar. É melhor você pegar uma cadeira confortável e se sentar meu amigo, pois essa conversa irá demorar. Não é nada pessoal, imagina, é bem mais que isso. Não! Não me olhe desse jeito, você sabe do que eu estou falando meu amor... Onde ele está? – com os olhos penetrantes para que não fuja de minha vista – Pode ir falando porque eu sei que você o roubou, ou melhor, o arrancou de mim. Sua cara lavada, essa mesmo amarrotada pela desordem não me engana mais, aprendi a decifrar seus traços e sua ousadia infame, então, é melhor dizer logo.
- Aquele silêncio pairava no ar, como se nada de tenso estivesse acontecendo -
E na quebra do silêncio, uma voz mais grave se mostrou presente : - Não, isso é injusto! Não pode me tratar assim! Só porque roubei seu coração?
Na verdade, isso para Effy não fazia tanta importância, já que nada sentiu antes. Porém, ele não roubou-lhe o coração, arrancou-lhe as fibras existentes nele, deixando aquele cenário sangrento e sujo! Deveria ao menos ter limpado. – pensou.
O problema é que Effy não esperava que os efeitos dessa atrocidade “irrelevante” dita antes, fizesse efeito dentro de si, depois do acontecido. Via-se em uma tortura. Desejou doses e mais doses de amnésia, mas parece que a Doutora Amnésia não lembrou. O jeito era apelar para a famosa: lavagem cerebral. Mas, nada aconteceu.
- Mentira! Eu não arranquei-lhe as fibras do seu coração. Por incrível que pareça, ele ainda tem vida em minhas mãos.
Effy se mostrou pensativa no meio de todo aquele teatro da vida. Soltou uma gargalhada sem graça, e disse: - Sabe, a verdade é que ele já bateu tão forte por alguém , mas sozinho. E para não vê-lo bater nessa doentia rendição, eu tento confundir o que se sente. Assim, ele volta para onde sempre pertenceu: estaca zero.

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