quarta-feira, 31 de março de 2010

Mark


Na verdade, ela disse a Mark que nunca mais queria vê-lo. Aquilo bastava. Era desesperador pensar que poderia sentir a mesma coisa que sentira antes, então preferiu o esquecimento do que as mentiras enganadoras que sua cabeça oca lhe causava. Sentiu saudade da companhia, nada além disso, nada além do contato humano mais próximo que poderia ter tido com alguém. Isso fez seus ouvidos sangrarem por alguns minutos, porém, sem dor. O sentimento que lhe surgiu de início foi pena. Um sentimento desconfortante e infeliz, penso. Sua experiência durou pouco tempo, sorriu, sentiu carinho e preocupação por quem não conhecia pela primeira vez. Depois tudo isso se tornou ridículo e pessoal. Em seguida, conheceu a raiva,e doendo ou não, o ódio brotou em seu sensível mas forte coração.

Ps: Seu coração era o mais frio já existente.

Ela não entendia as relações humanas e como deveriam funcionar. Não sabia o que era se sentir empolgada – na verdade ela sabia, mas não o usava ( a empolgação) nos devidos momentos tradicionais ditos corretos pela sociedade. A questão é que o que ela sentiu - o pouco que sentiu, que pensou sentir – não se encaixava e foi transformado em raiva naturalmente, e aumentava assim que os dias –longos dias – passavam. No final das contas não acreditou mais em relações boas. Por um segundo pensou em Mark, logo, desistiu de pensar e confiar.

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